Rafaela Miranda


Rafaela Miranda. Co-fundadora & Events Manager, ASTRAEA

Biografia oficial

À medida que fui crescendo, a incerteza inicial de como deixar a minha marca no mundo deu lugar à convicção de que o melhor caminho seria o de seguir uma formação que me ensinasse a pensar fora da caixa, a defender os meus ideais e a rebater axiomas.

Decidi, portanto, concluir a licenciatura em Direito na Faculdade de Direito da Universidade do Porto e, posteriormente, o mestrado na Universidade Católica, que culminou numa tese sobre o impacto do cyberwarfare ao nível do respeito pelos direitos humanos e do Direito Internacional Criminal.

Desiludida com o caráter demasiado clássico (e até castrador) dos planos de estudos, decidi rumar a Viena para um estágio na Missão Permanente de Portugal junto da ONU. Posteriormente, colaborei com a Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia e com a Missão Permanente de Portugal junto da ONU em Genebra, onde trabalhei em direitos humanos, desarmamento, não proliferação, migrações e refugiados.

Depois de uma estadia em Nova Iorque como representante de Portugal num Programa de Desarmamento da ONU, decidi que era hora de regressar a Portugal.

Juntei-me à Unidade de Apoio à Vítima Migrante da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e, depois, prestei apoio jurídico no Sotavento Algarvio, no âmbito do Protocolo para a Territorialização da Rede Nacional de Apoio à Vítima promovido pela Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade.

Atualmente, sou assessora do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim para as áreas de desenvolvimento comunitário e de cooperação institucional e externa.

Biografia não oficial

Quem me conheceu, há décadas atrás, como a pequena poveira de caracóis ao alto e mão na anca, que insistia em se sentar à mesa com os adultos só para mostrar que tinha opinião sobre tudo e que não hesitava em enfrentar os rapazes que não a deixavam jogar à bola… Ainda hoje em dia me diz: não mudaste nada!

Realmente não, a atitude desafiadora continua, a resposta na ponta da língua também, bem como a rebeldia e a falta de medo de desconstruir dogmas. O que mudou, trazido pela maturidade e convívio com realidades diferentes da minha, talvez seja a capacidade de perceber que, no resto do mundo, nem todas as meninas ariscas e donas de si são vistas como um sinal de força e empoderamento. Muitas são perseguidas precisamente por serem quem são. E fui confrontada com isso da forma mais crua quando viajei para a Índia sozinha, aos 18 anos. A partir daí entendi que, apesar de sermos humanos, não nascemos humanistas… tornamo-nos!

E, enquanto defensora de direitos humanos que me tornei, percebi que tenho o dever cívico de retribuir e de contribuir para uma evolução constante - minha e do mundo - por mais pequena que seja. E faço-o conhecendo outras realidades, saindo da minha zona de conforto, arriscando-me em novas experiências pessoais e profissionais e, ainda, juntando-me a mulheres fortes e inspiradoras como as da Astraea.